Estratégias de Ciber Defesa do País e o mercado de TI

Estava assistindo uma audiência pública sobre Defesa cibernética do Brasil e notei vários fatores interessantes do ponto de vista estratégico e comercial.
O General José Carlos dos Santos (Chefe do Centro de Defesa Cibernética do Comando do Exército) à pedido do ministro da defesa fez um pequeno resumo sobre a situação atual da defesa cibernética do Brasil.
Causas das vulnerabilidades no sistema de defesa cibernética no Brasil:
- Dependência tecnológica de países muito desenvolvidos na área de TI.
- Falta de consciência da sociedade brasileira a respeito de proteções de informações sensíveis.
- Falta de investimento no setor.
- Insuficiência de especialistas na área de segurança da informação.
- Não cumprimentos de normas de proteção.
- Escasso arcabouço legal nacional e internacional.
O General defende a integração de esforços de curto e médio prazo, não restrita ao ministério da defesa, mas de forma colaborativa entre os setores público, privado, acadêmico e industrial.
Dependência tecnológica:
“O Brasil não dispõe de uma indústria de equipamentos eletrônicos e de comunicações que possam substituir a grande parte de componentes importados para suas redes internas, como equipamentos de comutação, roteadores, centrais VOIP e outros equipamentos críticos para a segurança da informação. Também existe a dependência de operadoras internacionais em grande parte de nossa infraestrutura de telecomunicações.
E além disso uma lei americana obriga os fabricantes americanos a tornar possível a coleta de dados de interesse daquele país.”
Se existe esta dependência, o governo deveria tomar medidas de apoio a indústria nacional como incentivos fiscais, isenções de certos tributos, etc.
Já seria ótimo do ponto de vista estratégico, mas veja como isto pode aquecer o mercado com o surgimento de mais empresas especializadas e concorrências internas e também indiretamente estaria ampliando o interesse na formação de pessoas especializadas.
Recursos Humanos Capacitados
“Existe uma grande carência de profissionais no setor, essenciais para a implantação de uma política de segurança da informação em todos os níveis.”
Com uma implantação de um sistema de defesa e incentivo ao setor privado no país, haveria um grande crescimento na área de segurança a nível técnico e acadêmico aquecendo o mercado educacional de TI e também em outras áreas como, pesquisa, desenvolvimento, operação e gestão.
Clique aqui e veja esta outra matéria que esta tratando desta carência, publicada aqui mesmo na Insecuritynet.
Ferramentas políticas disponíveis ao governo federal para um plano de defesa cibernética:

Existem ferramentas e meios para a implantação de uma estratégia de defesa de nosso ciber espaço, mas fica algumas perguntas no ar:
Existe interesse político de nosso governo?
O desenvolvimento tecnológico do Brasil irá confrontar com interesses de empresas e instituições internacionais, principalmente do ponto de vista industrial?
Como a sociedade pode monitorar um plano deste tipo para que ele não seja utilizado como instrumento de repressão?
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